Há muito por dizer no que respeita a desenhar uma Passive House, por isso, deixo-vos aqui, muito resumidamente, os principais pontos a ter em consideração na fase de projeto: a forma, a orientação, as pontes térmicas, os materiais e os equipamentos.
A forma mais eficiente é um quadrado, por ser a que tem menos faces expostas e, por isso, menos perdas de calor e menos necessidades energéticas. Contudo, obviamente que nem todos queremos desenhar caixas de sapatos! O desafio está em darmos asas à nossa imaginação, com esta consciência e compromisso.
Toda a vida ouvimos falar da orientação das casas e que devem ser viradas a Sul, isto para tirarmos o máximo partido do sol. A Passive House defende o mesmo, desde que garantamos os meios de sombriamente. Idealmente, os espaços sociais ficam virados a Sul e os espaços como casas de banho, arrumos, circulação e garagem a Norte. No entanto, nem sempre isto é possível, porque cada terreno tem as suas condicionantes, mas, mais uma vez, é importante estarmos sensibilizados para isso.
Diria que este é o ponto mais desafiante e o mais importante, porque é na fase de projeto que podemos evitar muitas pontes térmicas e prever outras que possam existir. Projetar uma casa sem pontes térmicas seria o ideal, para que em obra seja muito mais fácil e simples, mas isto nem sempre acontece. Basta desenharmos uma varanda em que a laje do interior seja contínua até ao exterior ou não prevermos isolamento na ligação das paredes com a cobertura ou simplesmente colocarmos caixas de estore no interior da parede.
A Passive House não se foca no tipo de material em si, mas sim na sua eficiência. Por isso, privilegia os materiais com menos condutibilidade térmica, pois são esses que garantem que não existem trocas de calor/frio entre o interior/exterior, o que se traduz em menos necessidades de climatização e utilização de energia.
A Passive House não impõe nenhum método de climatização ou a instalação de equipamentos específicos, pois isso é apenas uma opção do utilizador. O mais importante é garantir o sistema de ventilação mecânica que irá fazer o controlo e renovação do ar, de forma a garantir uma temperatura de conforto todo o ano. Por isso, na fase de projeto, é importante definir uma área para este equipamento, que deverá ficar instalado na envolvente térmica do edifício, isto é, não deve ser colocado numa divisão que não tenha isolamento térmico e não seja estanque, porque só assim conseguimos otimizar a eficiência do equipamento. Outro fator a ter em consideração é a sua localização na casa, pois quanto mais central for, menos condutas necessita e melhor rentabilização se tira do sistema. Este equipamento de ventilação não substitui um equipamento de climatização, pois uma Passive House também pode ter necessidades de aquecimento e arrefecimento, mas muito inferiores.
